A Profluent, startup de biotecnologia impulsionada por IA, anunciou a ProGen3, sua mais nova família de modelos generativos para design de proteínas, estabelecendo um marco histórico na interseção entre inteligência artificial e biologia. Pela primeira vez, pesquisadores demonstraram leis de escala no campo biológico: modelos maiores e com mais dados produzem resultados biologicamente superiores.
Com 46 bilhões de parâmetros e treinado em 3,4 bilhões de sequências proteicas, o ProGen3 ultrapassa todos os modelos anteriores em escala e desempenho. Ele conseguiu projetar anticorpos sintéticos com eficácia comparável a medicamentos aprovados, mas suficientemente distintos para evitar conflitos de patente — o que pode acelerar a criação de novas terapias biossimilares.
Um dos feitos mais impressionantes foi a geração de proteínas editoras de genes com menos da metade do tamanho do sistema CRISPR-Cas9, o que pode viabilizar novas formas de entrega para terapias genéticas in vivo. Além disso, a Profluent está disponibilizando 20 “OpenAntibodies” para licenciamento livre de royalties ou com pagamento único, visando tratar doenças que impactam mais de 7 milhões de pessoas.
A descoberta de que a escala em IA também se aplica à biologia transforma o paradigma atual: o design de novos medicamentos — que antes levava anos de testes em laboratório — pode se tornar um processo de engenharia acelerado, previsível e iterativo, conduzido por IA.
Esse avanço sinaliza o início de uma nova era em descoberta de medicamentos, biologia sintética e engenharia de proteínas, onde modelos generativos não apenas interpretam o mundo biológico — eles o projetam. Se as tendências continuarem, o impacto da IA sobre a medicina será tão profundo quanto sua influência já é na linguagem e na tecnologia.