O Pentágono deu mais um passo na militarização da inteligência artificial ao firmar um acordo milionário com a Scale AI para o uso de agentes de IA no planejamento e operações militares. O projeto, batizado de “Thunderforge”, promete acelerar a capacidade de resposta das forças armadas dos EUA ao processar grandes volumes de informações com precisão e velocidade inéditas.
O Que é o Projeto Thunderforge?
O objetivo do Thunderforge é utilizar inteligência artificial para otimizar a análise de dados militares e fornecer às forças armadas uma capacidade mais ágil e preditiva. Segundo o Departamento de Inovação em Defesa dos EUA (DIU), o sistema permitirá:
- Síntese rápida de informações estratégicas.
- Geração de múltiplos planos de ação em tempo real.
- Simulações de guerra baseadas em IA para prever ameaças e respostas.
Segundo o líder do programa, Bryce Goodman, há um descompasso entre a velocidade dos conflitos modernos e a capacidade de resposta militar, algo que os agentes de IA podem ajudar a corrigir.
Silicon Valley Abre as Portas para o Uso Militar da IA
O envolvimento da indústria de tecnologia na defesa militar tem crescido rapidamente. Google e OpenAI já reverteram restrições anteriores, permitindo que suas tecnologias sejam usadas para vigilância e armamentos.
Além disso, a OpenAI firmou uma parceria com a Anduril, empresa de tecnologia militar de Palmer Luckey, para desenvolver sistemas de defesa contra drones autônomos.
Em paralelo, um alto funcionário do Pentágono afirmou recentemente ao Defense One que os EUA estão deixando de financiar pesquisas sobre robôs assassinos autônomos para investir diretamente em armas alimentadas por IA.
Os Riscos da IA em Operações Militares
Embora a promessa da IA em guerra seja maior rapidez e precisão, há preocupações sobre a confiabilidade e os riscos éticos do uso de sistemas autônomos para tomada de decisão militar.
Pesquisadores da Stanford testaram como o GPT-4 se comportava em um simulador de guerra e encontraram respostas alarmantes, incluindo a sugestão de uso de armas nucleares sem qualquer moderação.
“Temos armas nucleares! Vamos usá-las.” – GPT-4, em simulação de guerra, segundo estudo de Stanford.
Se os sistemas militares de IA puderem agir de forma imprevisível ou exagerada, o impacto pode ser desastroso em conflitos reais.
O Futuro da IA na Defesa Militar
Com o Thunderforge, os EUA estão consolidando uma nova era de guerra digital, onde agentes de IA tomam decisões operacionais em um nível nunca antes visto.
O grande desafio será garantir que essas tecnologias avancem sem comprometer a segurança global, evitando erros catastróficos ou escaladas militares descontroladas.