Um novo livro prestes a ser lançado promete reacender o debate sobre uma das maiores reviravoltas corporativas da era da inteligência artificial. Em trechos revelados esta semana, “The Optimist: Sam Altman, OpenAI, and the Race to Invent the Future”, da jornalista Keach Hagey, traz detalhes internos e até agora inéditos sobre a turbulenta demissão e recondução de Sam Altman à liderança da OpenAI em novembro de 2023.
Segundo o livro, a então CTO Mira Murati e o cofundador Ilya Sutskever reuniram evidências contra Altman, alegando comportamentos tóxicos e desonestidade, além de práticas questionáveis de gestão. Um dos pontos mais polêmicos foi a descoberta de que Altman era o verdadeiro proprietário do OpenAI Startup Fund, apesar de declarações públicas de que o fundo era gerido pela empresa.
Essas informações teriam sido apresentadas por Sutskever aos membros independentes do conselho da OpenAI, que votaram pela remoção de Altman e nomearam Murati como CEO interina. Pouco antes da crise, o investidor Peter Thiel já teria alertado Altman sobre o crescente atrito com defensores de IA segura dentro da própria empresa, durante um jantar privado.
No entanto, a manobra teve efeito colateral devastador: quase toda a equipe ameaçou se demitir, incluindo engenheiros-chave e pesquisadores, o que levou à reinstalação imediata de Altman. O episódio culminou na saída de Murati e Sutskever e em uma reformulação estrutural que concentrou ainda mais o controle nas mãos de Altman.
Com lançamento previsto para maio, o livro promete lançar nova luz sobre uma crise que, até hoje, gera dúvidas sobre os limites éticos, políticos e estratégicos da liderança da empresa mais influente do setor de IA.
A questão que permanece é se esses novos detalhes terão impacto duradouro na imagem de Altman e da OpenAI ou se o sucesso contínuo da empresa no desenvolvimento de tecnologias como ChatGPT, Sora e GPT-4o tornará esse episódio apenas um parêntese em uma trajetória marcada por ambição e controvérsia.
