A Baidu mostrou suas cartas no mercado de inteligência artificial durante o evento Create 2025, ao lançar dois novos modelos ERNIE — e não poupou críticas diretas ao seu concorrente DeepSeek. Com uma estratégia agressiva de preço e performance, a gigante chinesa busca consolidar sua posição tanto no mercado doméstico quanto internacional.
O ERNIE 4.5 Turbo chega com uma redução de 80% no custo em relação à versão anterior, cobrando apenas US$ 0,11 por milhão de tokens de entrada — o equivalente a apenas 0,2% do custo do GPT-4.5 da OpenAI. Já o ERNIE X1 Turbo, focado em tarefas de raciocínio, é ofertado a US$ 0,14 por milhão de tokens, sendo cerca de 75% mais barato que o DeepSeek R1, principal alvo das críticas da Baidu.
Além do preço competitivo, os novos modelos trazem melhorias robustas: o 4.5 Turbo apresenta capacidades multimodais que, segundo a Baidu, superam os benchmarks do GPT-4o. O X1 Turbo, por sua vez, supera os modelos DeepSeek R1 e V3 em testes de raciocínio e compreensão.
Durante o evento, a Baidu também anunciou novas soluções complementares, como o Xinxiang, um sistema multiagente capaz de executar mais de 200 tarefas diferentes, e a Huiboxing, uma plataforma de criação de avatares digitais com integração de IA.
Em seu discurso, o fundador da Baidu, Robin Li, foi enfático ao afirmar que o mercado para modelos exclusivamente baseados em texto, como o DeepSeek R1, está “diminuindo” e criticou o rival pelo elevado índice de “alucinações” nas respostas geradas.
O avanço da Baidu reflete uma tendência maior: os laboratórios chineses de IA estão não apenas reduzindo custos agressivamente, mas também encurtando a diferença tecnológica em relação ao Ocidente. Estimativas recentes indicam que a China está apenas três meses atrás das lideranças globais em IA — um intervalo que diminui a cada novo lançamento.