A Anthropic deu um passo inédito rumo à transparência e compreensão das inteligências artificiais avançadas ao publicar duas pesquisas que detalham o funcionamento interno do Claude, seu modelo de IA. O objetivo é lançar luz sobre como a IA “pensa” e toma decisões, algo cada vez mais urgente diante do crescimento acelerado e da integração desses sistemas em diversas esferas da sociedade.
Um dos destaques do estudo é o desenvolvimento de um “microscópio de IA”, ferramenta que permite visualizar os chamados “circuitos internos” da rede neural. Esses circuitos ajudam a explicar como o Claude transforma entradas em saídas em tarefas-chave como raciocínio, linguagem e planejamento.
Os pesquisadores descobriram que o Claude utiliza uma “linguagem universal do pensamento”, comum entre diferentes idiomas. Conceitos processados em inglês, francês e chinês compartilham uma mesma estrutura interna, o que explicaria sua notável habilidade em raciocínio multilíngue com consistência conceitual.
Outro ponto fascinante é a forma como o modelo realiza planejamento ao compor poesia: antes de escrever uma linha, ele antecipa palavras que rimam e estrutura seus versos para alcançar essas metas rítmicas e fonéticas, revelando capacidade de planejamento textual antecipado.
A Anthropic também identificou um mecanismo padrão que faz com que o Claude evite especular a menos que possua alta confiança nas informações disponíveis. Esse comportamento ajuda a entender como o modelo reduz alucinações e respostas fabricadas, um dos maiores desafios da IA generativa.
Com a aproximação da chamada superinteligência artificial, entender como esses sistemas operam internamente deixa de ser um luxo acadêmico e se torna uma necessidade estratégica. As descobertas da Anthropic representam um avanço crucial na busca por inteligências artificiais mais previsíveis, controláveis e transparentes, ao mesmo tempo em que mostram que a compreensão da “mente” da IA está apenas começando.
