A OpenAI enfrenta uma crescente onda de oposição à sua proposta de reestruturação societária. Em uma carta aberta divulgada esta semana, mais de 30 especialistas em inteligência artificial e ex-funcionários da empresa, entre eles o renomado Geoffrey Hinton, solicitaram formalmente que os procuradores-gerais de Delaware e Califórnia bloqueiem a transição da OpenAI de uma organização sem fins lucrativos para uma entidade com fins lucrativos.
O grupo argumenta que a reestruturação colocaria em risco a missão original da OpenAI, que previa o desenvolvimento seguro da inteligência artificial em benefício da humanidade. Segundo eles, a mudança eliminaria mecanismos cruciais de supervisão e redirecionaria o foco do desenvolvimento de AGI (inteligência artificial geral) para maximizar o retorno de investidores, contrariando os princípios fundadores da organização.
Essa aprovação é vital para o futuro financeiro da OpenAI. A empresa busca a liberação da reestruturação até o final deste ano para garantir um investimento de US$ 40 bilhões do grupo SoftBank, condicionado à nova estrutura corporativa.
A carta segue outra movimentação recente: um grupo de 12 ex-funcionários apresentou uma moção para participar do processo movido por Elon Musk contra a OpenAI e seu CEO, Sam Altman, reforçando o debate sobre os rumos éticos e comerciais da companhia.
Embora os alertas e manifestações de figuras de peso estejam ganhando visibilidade, até o momento não há sinais concretos de que a reestruturação esteja ameaçada. A disputa, no entanto, lança luz sobre um ponto crítico: a crescente tensão entre a promessa pública da IA e os interesses privados que agora moldam seu futuro.