A Midjourney acaba de lançar seu modelo V7, a primeira grande atualização da plataforma de geração de imagens com IA em quase um ano. A nova versão, que começou a ser liberada na madrugada de quinta-feira (EST), surge logo após o burburinho em torno do novo gerador de imagens do ChatGPT, da OpenAI, que viralizou por sua capacidade de criar cenas no estilo Studio Ghibli.
Apesar de não ser otimizado para estilos específicos como o Ghibli, o V7 impressiona pela qualidade visual, especialmente na coerência de corpos, mãos, objetos e texturas detalhadas, segundo o fundador da Midjourney, David Holz. Ele descreveu o modelo como uma “arquitetura totalmente diferente”, mais inteligente na interpretação de prompts textuais e superior na integração de prompts visuais.
Uma novidade importante é o sistema de personalização automática. Antes de usar o V7, os usuários precisam avaliar cerca de 200 imagens, o que gera um perfil visual único. Esse perfil permite que o modelo ajuste seus resultados com base no gosto estético individual de cada usuário.
O V7 pode ser ativado tanto na interface web quanto no servidor do Discord da Midjourney. Está disponível em dois modos:
- Turbo (mais rápido e potente, porém mais caro),
- Relax (mais econômico).
Há também o novo Draft Mode, que gera imagens até 10 vezes mais rápido e a metade do custo, ideal para esboços rápidos. As imagens geradas nesse modo são de qualidade inferior, mas podem ser aprimoradas com um clique.
Por enquanto, alguns recursos clássicos da plataforma — como upscaling e retexturização — ainda não estão disponíveis para o V7, mas devem chegar nos próximos dois meses, segundo Holz. Ele também alertou que o novo modelo pode reagir melhor a estilos de prompt diferentes dos modelos anteriores, incentivando os usuários a explorar novas formas de comando.
Desde sua fundação em 2022, a Midjourney se destaca como uma das únicas startups do setor que nunca levantou capital externo. Em 2023, a empresa teria faturado cerca de US$ 200 milhões e, atualmente, está montando uma equipe de hardware para projetos ainda não divulgados, além de desenvolver modelos voltados para geração de vídeo e objetos 3D.
Apesar do sucesso comercial e técnico, a empresa continua enfrentando ações judiciais de artistas que acusam o uso indevido de imagens extraídas da internet para treinar seus modelos, uma controvérsia que permanece no centro do debate sobre propriedade intelectual na era da IA generativa.
Com o V7, a Midjourney reafirma sua posição como uma das principais plataformas de geração visual da atualidade — e promete manter a disputa acirrada num mercado onde estética, velocidade e personalização se tornaram o novo padrão.
